domingo, 27 de março de 2011

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas!


 
“E foi então que apareceu a raposa:
- Boa dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. não me cativaram ainda.

- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"? (...)
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo... (....)
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho. 
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou. (...)
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo. (...)
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar. (...)
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. [...]
O Pequeno Príncipe
ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY


Cativar é uma boa atitude, especialmente quando cativamos pessoas para o amor de Deus...
Devemos ter cuidado especial com cada pessoa, pois cada atitude tomada na vida afeta as vidas que nos cercam.
 Ser responsável pelo que cativa significa cuidar de não ferir, cuidar de não iludir, cuidar de conduzir a salvação, cuidar do que Deus criou.

Lembre-se: o essencial é invisível aos olhos e Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

SAUDADES


Nunca imaginei que preparar uma mala pudesse machucar tanto.
Meus dois amores estão viajando, só poderei vê-los novamente na terça feira, meu coração está doendo!!
São quase 10 anos de casamento e neste período só fiquei longe do meu amor por 3 vezes, sendo que nenhuma delas ultrapassou o período de um dia, e já faz um bom tempo que isso não acontece... hoje preciso me distanciar não só do @willcids, mas também da minha pequena, de quem nunca fiquei longe desde que ela nasceu, parece que estão me arrancando um pedaço...
Acabei de voltar pra casa, depois de te-los deixado no ônibus, a casa está silenciosa, nenhuma música infantil em inglês, nada de Discovery Kids... uma camisa de @willcids no sofá, alguns brinquedos espalhados e meu sapato de salto que Anne Lucí estava usando, tem um pé cá, outro lá... rsrs (tenho que guardar esses sapatos em lugares mais altos)...
É um aprendizado ficar longe deles, e ainda conseguir estudar... será que eu consigo?
Vou fazer tudo sozinha, a começar do almoço, vou dormir sozinha, e nem vou brincar, pq brincar sozinha não tem graça!
Que experiência complicada, vamos ver no que vai dar!!


Hoje não consigo escrever mais, os olhos estão embaçados e o coração está pequenininho, pode explodir...

segunda-feira, 21 de março de 2011

Brabo ou bravo?

Sua Língua - Por Cláudio Moreno

O marido de uma leitora diz que ela é muito BRABA; ela, no entanto, sempre achou que era BRAVA. O Doutor decide.

Caro mestre: sempre ouvi, na minha família, dizerem “Não fique brava comigo”, “A mãe está muito brava porque nós chegamos tarde em casa”, etc. Casei com um gaúcho e até hoje estranho muito quando ele diz que eu sou muito braba. Afinal, qual é a forma correta: é bravo ou brabo?
Hortênsia S. M São Paulo

Prezada Hortênsia: como a única diferença fonológica entre brabo e bravo é a consoante inicial da última sílaba (/b/ ou /v/), tenho certeza de que nos encontramos diante de variantes de um mesmo vocábulo. Esse espetáculo nós já vimos outras vezes: a alternância entre esses dois fonemas aparece em pares como assobiar e assoviar, bergamota e vergamota, piaba e piava, entre muitos outros; é um processo que já ocorria no Latim Vulgar e se transferiu para nossa língua, sendo ainda muito presente no Norte de Portugal, onde se ouve binho, barrer e bento onde nós diríamos vinho, varrer e vento. Um belo e curioso exemplo tu vais encontrar numa das redondilhas de Camões, em que ele escreve bívora no lugar de víbora.
O primeiro a entrar na língua foi bravo, significando várias coisas: ou “bravio, não-domesticado”, ou “irritado”, ou ainda “valente, corajoso”. A forma brabo era apenas uma variante regional, sem nenhuma diferenciação semântica entre elas. Capistrano de Abreu fala de “índios brabos“; Camões fala de “ventos bravos“; Bernardes, na Nova Floresta, nos dá um “…rangendo os dentes, chamejando pelos olhos e espumando, de bravo“; Francisco Manuel de Melo, nas suas Cartas Familiares, escreve “domar animais bravos, conversar com feras brutas”; o eterno Vieira comparece com um significativo “todos os animais, por bravos e feros que sejam, temerão e tremerão do homem”; finalmente, num toque de delicadeza, Tomás Antônio Gonzaga, na Marília de Dirceu, escreve “Pombinhas mansas,/Bravos leões”. Como podes ver, troca-se um pelo outro.
Ao que parece, no entanto, a língua começou a especializar as duas variantes, isto é, a distinguir aquelas situações em que elas podem ser empregadas livremente, de outras em que só uma das formas é aceitável. Por exemplo, quando se trata de coragem, só admitimos bravo, com o seu respectivo substantivo, bravura; jamais engoliríamos algo como “*os brabos heróis da pátria”. Por outro lado, quando queremos dizer que alguma coisa vai mal, usamos o tradicional “É brabo!”, “[Es]tá brabo!” (onde ninguém sonharia exclamar “*é bravo!”). Para dar a idéia de alguma coisa selvagem, natural, preferimos bravo; Ramalho Ortigão fala da murta, que “exala de noite um perfume bravo e selvagem” — e tu hás de convir que “perfume brabo” é outra coisa, é perfume ruim.
O significado que parecia ser livremente compartilhado por ambas as formas é o de “irritado, furioso”; encontramos na literatura personagens que ficam ora bravos, ora brabos. Na formação de derivados, contudo — ao menos no Rio Grande do Sul — enxergo sinais que prenunciam a adoção exclusiva de brabo para este fim: enquanto escolhemos bravura (e braveza, hoje menos usado) para nos referir ao homem destemido, preferimos brabeza quando falamos do homem ou do animal feroz, furioso. Tenho certeza de que a distinção bravura : brabeza, extremamente funcional, vai contribuir para o surgimento, pouco a pouco, de limites mais claros entre brabo e bravo. Para terminar, alegremo-nos todos com um exemplo do Gregório de Matos, o temível poeta do Brasil-Colônia:
AO CONDE DE ERICEIRA, D. LUIZ DE MENEZES, PEDINDO LOUVORES AO POETA, NÃO LHE ACHANDO ELE PRÉSTIMO ALGUM.
Um soneto começo em vosso GABO;
Contemos esta regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no CABO.
Na quinta torce agora a porca o RABO:
A sexta vá também desta maneira,
na sétima entro já com grã-canseira,
E saio dos quartetos muito BRABO.
Como podes ver, a rima não deixa dúvidas de que ele também empregava brabo como sinônimo de furioso. Abraço. Prof. Moreno

Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/sualingua/2009/05/05/brabo-ou-bravo/

sexta-feira, 18 de março de 2011

Como um NÃO pode ser SIM?!

Último ano a faculdade, correria na vida acadêmica... será que consigo encontrar inspiração pra blogar?
Tenho um bloquinho que deve ter pelo menos umas 20 coisas sobre as quais pensei blogar e que o tempo não me permitiu.... algumas perderam a razão, outras não, mas talvez eu consiga blogar pelo menos um pouco este ano, ou não? rsrs

Bom hoje gostaria de falar um pouco sobre o sermão de ontem na semana de oração do @iaene com @pastorivan. No texto a seguir estão contidas um emaranhado das minhas percepções com as falas do pastor.

O primeiro ponto é que a mensagem não é pra ser entendida. Entendeu? (assim disse @pastorivan) 

Mas o foco é: Porque é tão difícil entender um NÃO de Deus,?
Porque Deus nos diz NÃO mesmo quando o que queremos é o "melhor", mesmo quando o que queremos é altruísta, mesmo quando o que queremos é para o bem do próximo... porque Deus diz NÃO?

Acaso algum pai que diz não ao seu filho deseja o seu mal? Ou uma placa de "perigo não toque" visa apenas demonstrar o poder de quem a colocou ali? Ou será que Deus sempre disse SIM aos Seus filhos?

 Ele disse SIM a Paulo, quando o mesmo lhe pediu por três vezes que retirasse o espinho da carne? Ou será que Deus disse SIM ao mesmo Paulo e seus companheiros quando quiseram pregar na Ásia? Ou ainda dentre tantos destes "SIMS", será que Deus disse SIM quando Jesus disse a Ele que não queria morrer?
O que seria de nós se Jesus tivesse ouvido um SIM, está bem meu Filho, vou passar o cálice?!

Nem sempre é fácil entender o propósito de Deus, entender pq Ele diz NÃO se é "óbvio" que o que estou pedindo reflete Sua vontade (pregar o evangelho na Ásia).

Nossa grande carência está na falta de compreensão que temos do caráter Divino. Caráter este que tal qual um pai  que proteje seu filho de queimar suas mãos em um forno quente, está insistindo em nos dizer que o NÃO que Ele me diz é o que deveriamos perceber por SIM...

SIM, MEU FILHO, EU ESTOU AQUI E ESTOU TE PROTEJENDO!

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