quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

LIVRE DE COMPETIÇÕES


Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. 
Filipenses 2:3

Em algum momento na minha vida, um misto de mãe e igreja incutiram na minha mente que devo considerar os outros superiores a mim mesma... acredito que essa foi uma das melhores lições que já aprendi, mesmo que paralelo a este ensinamento tenha aprendido que devo dar o melhor de mim em tudo que faço.

Minha mãe teve 5 filhos, e eu me lembro que nós brigávamos  lembro de uma discorrida horrível "besta, imbecil, idiota e ignorante", não lembro onde isso foi aprendido, sei que com certeza não foi meu pai, nem minha mãe que ensinaram, e a punição era grave. "-Peça desculpa ao seu irmão, agora, agora!" Isso era a punição mínima. E falar: "eu tenho você não tem", podia até acontecer, mas era inaceitável

Em compensação vejo pais que estimulam a disputa entre irmãos, que xingam os filhos, que "ingenuamente" fazem com que sintam-se menores em relação aos outros.

Outro dia vi uma mãe dizer para o filho: "-Vc é imbecil, não está vendo que não é assim... Dá aqui, vou pedir pro seu irmão, ele sim que sabe fazer as coisas."



Não consigo imaginar meus pais me chamando de imbecil, muito menos dizendo que alguém faz algo melhor que eu, mas lembro de ouvir; "-Tenta que você consegue!"

Lembro que a Andréia era muito inteligente, passou na primeira chamada o curso técnico de edificações do hoje "IFSP", eu me orgulhava disso.

Lembro que a Paula era a melhor em todos os concursos bíblicos, ela também sempre foi a mais corajosa e determinada  quando decidia fazer alguma coisa, feito estava. Eu sempre quis ser inteligente e corajosa como ela.

Lembro que ninguém jogava futebol como o Jé, e lembro que a bicicleta da casa era dele, e ele fazia sucesso na escola, e que eu e minha irmã mais nova eramos conhecidas como "Jé de cabelo". Eu tinha orgulho de ter um irmão "popular", e é verdade que eu queria uma bicicleta, mas era ótimo quando ele deixava a gente dar uma volta na "fien" e quando a gente se juntava para limpar os aros da bike.
O Jé tinha também o talento de ter aprendido a tocar violão sozinho, no violão que era da Paula, que nunca aprendeu a tocar e nunca ficou com raiva disso... e eu amava limpar os "tracinhos" do violão dele!

A Amanda sempre foi paparicada por todos por ser a caçula. Lembro que quando ela era pequena, escreveu um texto muito legal na escola, era um texto sobre o medo... fiquei orgulhosa que ela estava escrevendo bem, mesmo que escrever fosse a minha qualidade... eu quase decorei o texto dela. Ela também é muito boa em trabalhos manuais, coisa para a qual eu sou uma negação. Até hoje ela é a mais paparicada!

Lembro que eu amava escrever poesias, de vez em quando ainda escrevo, NÃO me lembro dos meus irmãos querendo fazer textos melhores. Só eu terminei a Graduação, estou no MBA e se Deus permitir avanço no Mestrado e Doutorado e tenho certeza que nenhum dos meus irmãos inveja isso... e eu me orgulharia muito se eles fizessem o mesmo, e se me superassem.

Com isso, quando eu quiser uma ajuda para montar a planta da minha casa, um estimulo para tomar coragem e fazer alguma coisa, uma aulinha de violão, uma mãozinha para decorar minha árvore de natal.... tá aí, tenho tudo em casa! Isso porque não estou contando com as demais habilidades, como o conhecimento contábil da Paula e da Amanda, de Turismo do Jé, ou de vivencia no casamento da Andréia.

Mas isso tudo nos leva a um único resultado: CARÁTER

A atitude de fazer o melhor de si e ainda assim considerar o outro melhor, desenvolveu nosso caráter e nos fez pessoas melhores. Cada um de nós é b
om no que faz, nenhum de nós se incomoda se o colega do serviço recebe uma promoção, ninguém tenta puxar o tapete de ninguém.

Não consigo compreender a disputa entre irmãos, não consigo nem entender a disputa entre colegas de trabalho, acho que cada um faz o que lhe foi determinado e se destaca por sua capacidade, sem precisar ser melhor que ninguém. 

Imagine o mundo se todos tentassem ser os melhores médicos, quem construiria nossas casas?
E se todos quisessem ser como Niemeyer, quem cuidaria da nossa saúde?

Termino dizendo: Desejo que cada um seja excelente no que que faz, sem precisar se vangloriar ou brigar para isso, lembrando que sempre existe alguém que faz o "trabalho" melhor do que nós, sem por isso nos tornar menores.

A vida é uma corrida e nem sempre eu chegarei na frente, mas o que eu quero é chegar!



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